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Resumo do Assunto Regências

O período das Regências (1831-1840) foi uma fase crucial na história do Brasil, marcada por instabilidade política e transformações sociais após a abdicação de Dom Pedro I. Durante esse intervalo, o país foi governado por regentes, já que o herdeiro do trono, Dom Pedro II, era menor de idade. Esse momento histórico testemunhou revoltas regionais, disputas pelo poder e a consolidação de grupos políticos que moldariam o futuro do Império.

Neste resumo, exploraremos os principais acontecimentos desse período, como as revoltas populares (Farroupilha, Sabinada e Balaiada), as reformas políticas do Ato Adicional de 1834 e a ascensão do Partido Conservador e Liberal. Além disso, analisaremos como as Regências pavimentaram o caminho para o Golpe da Maioridade, que antecipou a coroação de Dom Pedro II e encerrou essa fase conturbada.

As Regências e a Instabilidade Política

O período das Regências foi marcado por uma intensa disputa pelo poder entre diferentes grupos políticos. Com a saída de Dom Pedro I, o Brasil passou a ser governado por regentes eleitos pela Assembleia Geral, dividindo-se em três fases principais:

  • Regência Trina Provisória (1831): Formada após a abdicação, composta por senadores e deputados para garantir a transição.
  • Regência Trina Permanente (1831-1835): Eleita pelo Legislativo, buscou estabilizar o país, mas enfrentou revoltas e divergências internas.
  • Regência Una (1835-1840): Com a centralização do poder em uma única figura, destacou-se o governo de Diogo Antônio Feijó e, posteriormente, de Araújo Lima.

Reformas e o Ato Adicional de 1834

Uma das principais medidas do período foi o Ato Adicional de 1834, que alterou a Constituição de 1824 para descentralizar o poder. Entre suas mudanças, destacam-se:

  • Criação das Assembleias Legislativas provinciais, dando mais autonomia às regiões.
  • Extinção do Conselho de Estado, reduzindo a influência do poder central.
  • Estabelecimento da Regência Una, substituindo a Trina para agilizar decisões.

No entanto, essas reformas não foram suficientes para conter as tensões, e o país continuou a enfrentar crises políticas e revoltas populares.

Revoltas Populares no Período Regencial

O período das Regências foi marcado por uma série de revoltas em diferentes regiões do país, refletindo a insatisfação popular com o governo central e as desigualdades sociais. Entre as principais rebeliões, destacam-se:

  • Revolta dos Malês (1835): Ocorrida na Bahia, foi liderada por escravizados muçulmanos que buscavam liberdade e o fim da opressão. A repressão foi violenta, mas o movimento evidenciou a resistência negra ao regime escravista.
  • Cabanagem (1835-1840): No Pará, populares pobres, indígenas e mestiços se revoltaram contra a elite local e o governo central. A revolta foi brutalmente reprimida, resultando em milhares de mortes.
  • Sabinada (1837-1838): Na Bahia, militares e intelectuais republicanos proclamaram uma república temporária até a maioridade de Dom Pedro II. O movimento foi derrotado pelas forças imperiais.
  • Balaiada (1838-1841): No Maranhão, vaqueiros, artesãos e escravizados se uniram contra a elite rural. A revolta foi sufocada com a ajuda do futuro Duque de Caxias.
  • Revolução Farroupilha (1835-1845): A mais longa revolta, no Rio Grande do Sul, onde elites locais, insatisfeitas com os impostos, proclamaram a República Rio-Grandense. O conflito só terminou com acordos negociados.

O Surgimento dos Partidos Políticos

Nesse contexto de instabilidade, consolidaram-se dois grupos políticos principais:

  • Partido Liberal: Defendia maior autonomia provincial e reformas moderadas, representando setores da classe média urbana e alguns fazendeiros.
  • Partido Conservador: Buscava a manutenção da ordem, centralização do poder e a preservação do status quo, apoiado pela aristocracia rural e burocratas do Império.

Essa polarização influenciou as decisões do governo regencial e contribuiu para a crise que levaria ao Golpe da Maioridade.

Ascensão do Golpe da Maioridade

Diante da crescente instabilidade, setores políticos e militares passaram a defender a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, então com apenas 14 anos. O objetivo era restaurar a autoridade monárquica e conter as revoltas. Em 1840, os liberais articularam o Golpe da Maioridade, aprovado pela Assembleia Geral, encerrando o período regencial e coroando o jovem imperador.

Essa medida representou não só o fim de uma fase conturbada, mas também a tentativa de reafirmar a unidade nacional sob a figura do monarca, visto como um símbolo de equilíbrio entre as forças políticas em conflito.</p

Conclusão

O período das Regências (1831-1840) foi um momento decisivo na história do Brasil, marcado por instabilidade política, revoltas populares e transformações institucionais. A ausência de um governo central forte permitiu o surgimento de movimentos regionais que contestavam o poder imperial, enquanto as reformas, como o Ato Adicional de 1834, tentavam equilibrar descentralização e ordem. A polarização entre liberais e conservadores, somada às rebeliões, culminou no Golpe da Maioridade, que encerrou essa fase ao antecipar a coroação de Dom Pedro II.

Dicas para o Estudo

  • Foque nas revoltas: Entenda as causas, líderes e desfechos das principais rebeliões (Farroupilha, Cabanagem, Balaiada, Sabinada e Malês), pois elas refletem as tensões sociais e regionais da época.
  • Ato Adicional de 1834: Domine suas mudanças e como elas impactaram a estrutura política do Império, especialmente a criação das Assembleias Provinciais.
  • Partidos políticos: Diferencie as propostas de liberais e conservadores, pois essa disputa moldou o cenário que levou ao Golpe da Maioridade.
  • Golpe da Maioridade: Compreenda os motivos que levaram à antecipação da coroação de Dom Pedro II e como isso representou uma solução para a crise regencial.

Esses temas são essenciais para interpretar não apenas o período regencial, mas também as bases do Segundo Reinado e as contradições do Brasil Império.

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